domingo, 30 de janeiro de 2011

Não existem impossíveis

Depois de muito anos a praticar Halterofilismo onde obtive alguns titulos a nível nacional, isto tudo com um "lastro" em excesso e que me fazia ultrapassar os 100kg de peso corporal, depois de uma inesquecível passagem pelo desporto motorizado onde também consegui subir ao pódio por três vezes, voltei a dedicar-me ao desporto “normal” e rapidamente me apaixonei (talvez por influência da grande paixão pelo motociclismo de velocidade) pelas duas rodas a pedal.
Na altura comecei por fazer passeios de cerca de 15/20km e pensava como era possível a um ser humano aguentar mais de 100km em cima de uma bicicleta como acontece no ciclismo de competição. Através de um amigo (também adepto das motas) comecei a fazer treinos com um grupo de ciclistas em que alguns tinham sido atletas profissionais e que me ensinaram alguns truques para conseguir vencer tamanhas distâncias. Andar em pelotão, usar bem as mudanças da bicicleta, treinar nas subidas mais duras de uma qualquer serra, etc. Nos primeiros passeios os “empenos” eram tão grandes que durante dias as minhas pernas não me deixavam esquecer a voltinha do fim-de-semana. Comecei a acreditar que era capaz de fazer distâncias grandes. Comecei a treinar mais assiduamente e como adoro a competição decidi começar a fazer provas de ciclismo. Ingressei na equipa do Paio Pires para fazer o Campeonato Nacional de Masters. Foi uma experiência um pouco negativa. Competir ao lado de atletas que tinham saído do ciclismo profissional à meses, e conseguir acompanhá-los durante muitos quilómetros a velocidades vertiginosas em cima de uma bicicleta, era muito complicado. Basicamente, se por um azar (furo, queda, avaria, “falta de pernas”, etc.) perdesse o pelotão, a corrida estava praticamente anulada para mim porque já não tinha capacidade para os apanhar. A seguir restava-me esperar pelo comissário para que este me pedisse o dorsal e ir para o carro da equipa descansar. Treinar horas a fio à chuva, ao frio, ao calor, de noite, para chegar às provas e por vezes acontecer este tipo de situações era desanimador.
Comecei então a seguir de perto o triatlo. Conheci pessoal que praticava a modalidade e vi que treinando pouco ou muito, o objectivo de cortar a meta era sempre, ou quase sempre caso não houvesse azares, garantido. Ninguém me iria proibir de acabar a corrida caso não conseguisse andar ao lado da Vanessa Fernandes ou do Bruno Pais. O esforço que fazia nos treinos era compensado com o simples facto de cortar a linha de meta.
Na altura, e porque nadar para mim era uma “coisa estranha” (e ainda é, mas menos…) ao meu corpo, fiquei a pensar se seria boa ideia. Ouvia o pessoal a dizer que fazia treinos de natação de mais de 3000m de uma só vez, e eu nos primeiros meses, numa hora de treino não passava dos 750m.
Acreditei que iria conseguir e mais uma vez o esforço e dedicação começam a dar os seus frutos. Nos dias de hoje, e no início da terceira época dedicado ao triatlo, tenho o orgulho e vitória pessoal de poder afirmar que nos últimos treinos que fiz de natação, quebrei várias vezes a barrareira dos 3000m, e tudo feito em pouco mais de 1 hora de duração. Ainda hoje de manhã atingi mais um objectivo. Um treino ligeiro de ciclismo seguido de uma meia-maratona.
Duvido, e sou humilde ao ponto de o afirmar, que dificilmente vou voltar a ganhar medalhas, taças e até prémios monetários como consegui no Halterofilismo ou nas motas, mas ninguém me vai poder dizer que não tentei. Digamos que agora os meus prémios "ficam-se" por estas pequenas-grandes vitórias pessoais. De uma coisa tenho a certeza - nada é impossível nesta vida.
A próxima “meta” será cortar a meta de um triatlo longo (1900m natação, 90km ciclismo e 21km de atletismo). Não vejo a hora de ouvir o tiro de partida.

3 comentários:

Triatleta disse...

JD,

Quantas vezes, aquilo que aparentemente é mais fácil, se torna num grande desafio, impossível de explicar por palavras, o prazer que se sente ao alcançar o objectivo.

Força João!

Mais conquistas te esperam a ti e a todos os que não colocam limites a si próprios.

Um abraço.

João Duarte disse...

Para mim, a vida assim tem outro "sabor". E se assim não fosse, isto não tinha graça nenhuma.

Obrigado Pedro.

joao rita disse...

O TRIATLO, encanta , entranha-se, viciasse , supera-se . Cada limite é vencido, e depois não há volta a dar tem que se superar o proximo obstaculo e as metas vão-se tornando cada vez mais saborosas de transpor.
E comom diz o Pedro " Mais conquistas.....
Bons treinos
http://www.estremoztriatlo.blogspot.com/